Impacto na Economia Global depende da trajetória da doença, principalmente nos países em expansão
O coronavírus chegou no final do ano passado de maneira silenciosa e sorrateira e fez berço em uma das maiores populações do planeta, a China. De lá para cá, os casos da doença mais temida da atualidade cresceram exponencialmente em 159 países.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até o momento, o COVID-19 fez mais de 30 mil vítimas letais e cerca de 640 mil contaminações em todo mundo, além de trazer à tona uma série de discussões em todos os níveis e seguimentos.
Da falta de leitos em hospitais até a desorganização de condições de vida de populações inteiras, principalmente em países que estão em desenvolvimento. É como se algo fizesse toda uma civilização parar para pensar nos rumos que queremos trilhar daqui em diante.
O SARS-COV-2, mais conhecido como novo coronavírus, fez todos se curvarem a ele. De repente todos ficaram assustados e alvoroçados. Sentem-se vivendo em uma grande bolha que parece não querer estourar tão cedo.
Em momentos de instabilidade financeira, era o que a gente menos queria. Depois de um fatídico ano de mudanças políticas e econômicas, o Brasil simplesmente foi pego de calça curta. Todos os esforços feitos internamente para acalmarem os ânimos de nossos parceiros comerciais vão ter que esperar um pouquinho mais para serem solucionados.
E por quê? Porque não há possibilidade de crescimento, em quase nenhum setor, enquanto esse medo estiver instaurado em nosso dia a dia. Estamos realmente passando por um momento conturbado. Talvez um dos maiores desafios que o Brasil terá em décadas, e contra isso não há o que negar.
Em uma análise crítica, vejam que eu não anulei a possibilidade de avanço em alguns setores. Neste caso cabe mencionar a tecnologia, que vem nos socorrer e nos empurrar para cima a cada minuto de relógio que corre.
Parafraseando um velho ditado, em horas difíceis uns choram e outros vendem lenços. O capitalismo sempre nos fez pensar nessa máxima e não vai ser agora que a esqueceremos.
Efeito Coronavírus no setor de bens de consumo e mercado varejista
Março será marcado por um bug no setor terciário, ou seja, em tudo o que está diretamente relacionado à prestação de serviços e comércio em geral.
Porém, trago algumas soluções para três nichos específicos:
– Setor alimentício:
De fato, esse setor tem sofrido um baque muito grande com o impacto do coronavírus, mas pode, com o auxílio da tecnologia, não ter grandes perdas se agirem rápido. Ferramentas como e-commerce, marketplaces e sistema de delivery podem ajudar restaurantes, lanchonetes e outros negócios que vendem alimentos a empatarem suas contas ou até mesmo aumentarem o fluxo de vendas, já que o Brasil adota muito bem a utilização de ferramentas via mobile e tablets. Vale apostar as fichas em algo deste tipo e já começar a desapegar de modelos de negócio como pontos fixos, por exemplo.
– Vestuário:
De acordo com dados divulgados pela operadora de cartões de crédito Elo, mesmo com a utilização de algumas ferramentas tecnológicas, o setor de vestuário teve uma queda superior a 90% em seu faturamento. Aqui podemos entender que a utilização das máquinas depende bastante da inteligência dos humanos. Por não ser um bem de primeira necessidade, roupas e acessórios ficam sempre em segundo plano em épocas de crise. Lidar com a criatividade e estratégias de negócio diferenciadas podem trazer menos prejuízo às empresas deste segmento.
– Indústria farmacêutica:
Por ser algo vital à sociedade, as farmácias tiveram uma redução ínfima nas vendas de remédio. Segundo a Elo, apenas 1% de redução em meio ao contágio do coronavírus.
Alexandre Quintella
Mestre em Marketing pela EAESP FGV
Responsável pela área de varejo e bens de consumo da Upsoul Consultoria