O ramo da logística encontrou uma oportunidade de escapar da crise modernizando e inovando-se tecnologicamente. Há investimentos em frotas de caminhoneiros autônomos, localizados por aplicativos de celular; terminais de retirada de mercadorias acionados por SMS, entre outros serviços.
Com essa inovação os empresários apostam no crescimento de negócios, a estimativa é uma alta de mais de 20% em relação ao ano de 2016. Essa expectativa é fomentada devido à recente descontinuidade do e-Sedex, serviço dos correios que permite o envio de mercadorias com preço reduzido.
No último dia das mães, o e-commerce faturou R$1,9 bi, um crescimento relevante de 16% em relação ao mesmo período do ano passado.
O comercio online representa até 40% da receita de algumas empresas de logística, dependendo do seu modelo de negócio.
“As grandes oportunidades para as empresas de logística estão na distribuição em grandes centros urbanos”, diz Priscila Miguel, coordenadora do entro de Excelência em logística e Supply Chain (GV CELOG) da Escola de administração de empresas de São Paulo, da função Getúlio Vargas (FGV-EASP)
A transportadora Cargo X, criada no ano passado, buscou a inovação e se adaptou em tecnologia visando de destacar dos concorrentes.
A Cargo X tem um serviço semelhante ao Uber, ou seja, atua por meio de um aplicativo de celular, que oferece cargas à partir de seis toneladas para uma frota de mais de 150 mil caminhoneiros autônomos, que por sua vez trabalham com uma base de 100 clientes mensais.
Com um faturamento de R$49 milhões no primeiro ano de atividade, a quantidade de embarques da empresa passou de 300, em maio de 2016, para 15 mil transportes em junho de 2017.
“A crise impactou positivamente na operação, pois o mercado queria uma solução para economizar com logística”, analisa CEO Federico Veja, que atende principalmente industrias, grupos do agronegócio e varejistas.
Na Easy Post, fundada em 2017, a meta é solucionar problemas de logística para consumidor final e pequenos lojistas. Para isso criou terminais em pontos estratégicos que recebem compras geradas por e-commerce.
“As pessoas poderão retirar suas encomendas sem filas”, aposta sócio fundador Olegas Orlovas, que já montou oito terminais no Rio de Janeiro, em aeroportos, lojas de conveniência, shoppings e supermercados. Mais dois serão instalados em São Paulo e o plano é chegar a um total de cem unidades, até o final desse ano.
Em 2017, a participação da receita gerada por atividades de e-commerce é estimada em 40% mas a Easy Post quer fazer ainda revenda de produtos, por meio de acordos com marcas de venda direta.
A empresa já recebeu aporte de R$18 milhões da Uab Dasma, que investe na área de inovação e energias renováveis na Alemanha e Lituânia.
Fonte: Valor julho, 2017